Odontologia: encontrando o caminho da felicidade!
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Após 30 anos no magistério e mais de 20 anos trabalhando em clínicas particulares e no SUS, será que encontrei a felicidade?
Talvez a primeira pergunta que venha em sua mente nesse momento é: quem escreveu esse texto é feliz exercendo a Odontologia?
Essa seria a minha primeira pergunta uma vez que esse é o assunto. E a minha resposta é... depende! Primeiro, é necessário saber qual é o seu conceito de felicidade.
Supondo que você que está lendo esse texto acredite que felicidade é ter muito dinheiro para viajar pelo mundo, comprar roupas de grifes caras, carros de luxo e uma mansão em um bairro nobre, então eu te diria que não sou feliz, pelo menos ainda.
Porque é uma vida que não posso ter nesse momento. E não há problema algum em querer isso, mas é uma situação que poucos atingem em uma velocidade muito rápida quando se trata dessa profissão.
Você pode ser um empresário nesse ramo e conseguir ficar rico rapidamente, mas estou me referindo à Odontologia como exercício, ou seja, atuando como cirurgião dentista.
Voltando a pergunta inicial, é importante saber qual o seu conceito de felicidade no exercício da profissão. De todos que li a respeito sobre ser feliz naquilo que faz, o que mais me identifico é ter mais momentos felizes do que tristes.
Exemplificando, se acorda todos os dias de manhã lamentando-se em realizar as consultas, provavelmente terá muitos desgostos durante sua vida. Lembrando que passamos praticamente 1/3 ou mais de nosso tempo trabalhando. Já pensou o quanto essa pessoa será infeliz?
É óbvio que tem dias que estamos cansados, desanimados, preocupados.... isso faz parte da vida, mas todos os dias? Algum questionamento você deveria se fazer. No entanto, se termina o dia de atendimento e já começa a se planejar para o dia seguinte entusiasmado(a), planejando as consultas, feliz e com a sensação de dever cumprido, provavelmente está no caminho certo.
Dessa forma, posso responder agora essa pergunta pessoalmente. Sou muito feliz na Odontologia! Tudo que faço está ligado a essa profissão. Sou funcionário público (cirurgião dentista em uma UBS), professor universitário e também tenho um consultório particular. E desde que me formei, só atuei nessas áreas. Nunca exerci outra profissão, tudo o que conquistei até hoje foi através da Odontologia. Trabalho aproximadamente 80 horas semanais e mesmo assim tenho o mesmo entusiasmo. Veja, isso não significa que não sinta cansaço. São coisas diferentes.
Com certeza fico exausto às vezes, mas perder o entusiasmo, nunca.
Respondida a primeira pergunta, acredito que teria agora uma segunda. Eu a faria! Por que escrever sobre isso? Certa vez, assistindo a um seminário oferecido por uma grande empresa odontológica, tive a oportunidade de assistir a uma palestra do conceituado Max Gehringer. Para quem não o conhece, resumidamente, é um aclamado administrador e gestor de empresas e carreiras. Ao término, ele permitiu a abertura para perguntas pessoais. Eu me candidatei porque acredito que não poderia pagar uma consulta com esse renomado profissional (risos). Perguntei como poderia empreender mais no meu consultório particular, se já trabalhava em média o dobro de um profissional “padrão”, que são 40 horas semanais! Ele demorou um pouco a responder e disse.... você já empreende bastante! Deveria escrever um blog e ajudar outras pessoas. Isso ficou na minha cabeça. E resolvi fazê-lo agora.
Além desse fato, tem um algo a mais que me motiva a escrever sobre esse assunto, que é a situação dos alunos após a formatura. A grande maioria dos cursos no Brasil não têm no currículo uma disciplina voltada para orientação profissional. E não que eu tenha essa pretensão, mas se o recém formado tiver algumas informações, acredito que poderá encontrar um caminho mais facilmente.
Alguns alunos me pedem orientação de qual caminho seguir com o desfecho do curso. E procuro ajudar contando sobre o meu cotidiano, as coisas boas e as dificuldades. E claro que não é uma realidade vivida somente por nossos discentes. A grande maioria dos formandos de outros cursos, da área de saúde ou não, passam pelo mesmo problema. E o dilema é o mesmo: qual caminho seguir agora que me formei... são muitas opções e o aluno ainda não tem experiência profissional para discernir.
Admito que também não conheço todos os caminhos dessa nobre profissão. Mas após 27 anos clinicando e ensinando, acredito que posso buscar informações aos vários profissionais que conheço e que conheci nessa caminhada para saber como é atuar nas áreas que escolheram. E espero poder ajudar nesse processo.
Quando alguém me procura para uma orientação profissional, a primeira pergunta que faço é: o que te atrai na profissão? Por isso o meu questionamento no início desse texto. Tenho uma crença que trabalhar feliz traz a realização profissional. E tudo que vem depois é consequência disso. As pessoas atrelam, com frequência, felicidade profissional com ganhos financeiros. Normal. Confesso que já fiz essa associação. E não há nada de mal nisso.
Mas na medida que esses ganhos financeiros não acontecem, a frustração é diretamente proporcional. Começa um desânimo que pode terminar com a desistência da profissão. E lembremos que ganhar dinheiro e trabalhar são coisas completamente diferentes. Se o seu objetivo de vida é ganhar dinheiro, acredito que temos áreas muito mais rentáveis e rápidas para isso.
Não precisa escolher a Odontologia, que por um acaso, é uma das profissões que mais se necessita de investimentos, inclusive antes de se formar. Existem outros atalhos, mas quero deixar claro... com certeza essa profissão pode te deixar muito rico! Não tenho dúvidas disso. Porém, creio também que para isso acontecer você terá que se encontrar nela em todas as suas nuances.
Ao longo dos próximos textos, espero poder ajudá-los um pouco nessa caminhada.