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Alguns dias atrás estava eu caminhando em uma movimentada avenida daqui da cidade de São Paulo onde moro. Para quem não conhece essa grande metrópole, avenidas como essa costumam ter aproximadamente umas 50 pessoas ao seu redor. A grande maioria caminhando... Nunca havia feito essa reflexão e quando me vi pensando nisso, achei que poderia virar tema do meu blog.
Das muitas pessoas que estavam próximas a mim, ou que passaram ou que ultrapassei algumas delas em questão de poucos minutos, reparei que NENHUMA estava andando no mesmo passo e na mesma velocidade.
Fiquei pensando que parecia uma exceção e não uma regra... tanta gente caminhando juntas e NINGUÉM estava no mesmo ritmo. Apesar de estranho, com certeza você que está lendo deve estar pensando: mais que normal! É assim mesmo! E eu concordo!
Mas quando o assunto é das pessoas terem um ritmo diferente na maneira como vivem suas vidas, garanto que essa concordância não acontece.
Com frequência, esse nosso mundo em que vivemos, com tecnologia, informação e principalmente a internet, impõe-nos a caminharmos nos mesmos passos. Veja! No ensino fundamental I e II é recomendado que se faça entre 06 e 14 anos. Ensino médio até os 17... Faculdade, se entrar com mais de 20 anos já está atrasado.
Depois de se formar tem que trabalhar, encontrar alguém e casar até aproximadamente 35 anos. Em algumas famílias essa pressão é maior ainda entre as mulheres. A sociedade e a biologia (pela questão da fertilidade) são cruéis com elas. É claro que sempre teremos exceções e felizmente que seja assim. Mas ainda vemos com muita frequência esse tipo de cobrança.
Com as redes sociais, a coisa piorou... Dificilmente vemos pessoas com 60 anos formando-se no ensino médio e mostrando o diploma com orgulho. E sabemos como isso ainda é comum no nosso país. Gente madura postando a “solteirice” com satisfação, admitindo que não encontrou a pessoa certa. Vemos muitos casamentos, mas não se mostram as separações que, em muitos casos, decorrem de um casamento onde não houve a convicção do parceiro (a) ideal.
Na questão profissional é muito pior! Agora temos que dançar para vendermos produtos. Os layouts das páginas precisam ser de cores “tal e tal” para mostrar um clima alegre e descontraído. O seu nome precisa aparecer com formato gótico porque está na moda. Se estiver em período de festas precisa se fantasiar. O que eu vi de colegas no último Halloween vestidos de vampiros e zumbis não foi brincadeira! Parecia um Insta versão “The walking dead”. Achei até que tinha me enganado de app. Ahhh! E tem que lançar uma postagem por dia para “ser lembrado”. E aí começamos a ver postagens de gente puxando um ferro na academia com a mão direita. Semana que vem é com a mão esquerda. Também pudera.... quanta postagem!
Na nossa área, tenho dificuldade de entender o porquê precisamos dançar para um paciente nos procurar. Dizem que é uma forma de interação, que os pacientes gostam de pessoas “reais”... Confesso que nunca quis saber se meus médicos dançam ou não! Se são engraçados e bem humorados.
Talvez eu esteja ficando velho mesmo... (rs). Mas volto a insistir... Que bom que exista isso. Não sou contra. Só questiono o “porquê” das pessoas que não gostam disso serem consideradas arcaicas e ultrapassadas por muitos. Aliás o FB atualmente já é considerado passado... Justo agora que alcancei uma marca considerável de “amigos” (rs).
Não seria mais interessante se, na vida real, os ritmos das pessoas fossem respeitados assim como acontece nas caminhadas em grandes avenidas de grandes metrópoles? Em todos os sentidos. Sempre terá o apressado. Aquele que quer chegar ao topo da montanha e não apreciar a paisagem na subida. Tudo bem! Mas terá aquele que tem menos pressa de chegar. Ou que partiu de um lugar mais distante... o que importa é a caminhada. De onde você partiu e aonde está chegando.
Com relação às redes sociais, tem gente que não tem perfil e nem jeito para dançar. Aliás é o meu caso. Quem me conhece sabe o quão ridículo ficaria eu dançando funk no Instagram. Risada por semanas, eu garanto! Ficarei “famoso” como o vídeo mais engraçado do ano. Mas se você nasceu pra isso, faça! O mundo precisa de gente assim. É gostoso de ver.
Trabalhe do seu jeito, no seu ritmo, naquilo que acredita, desde que seja correto e honesto. Pode demorar um pouco mais, mas poderá “apreciar a paisagem” enquanto isso. Não tente acompanhar o passo daquele estranho que você nem conhece. A realidade dele seguramente é diferente da sua. Nem que seja só um pouquinho... As dicas que ele posta são baseadas nas experiências próprias, que não são necessariamente as suas... Não gere uma ansiedade desnecessária. Não precisamos disso. Até porque quase ninguém posta algo de lazer pouco glamouroso. Parabéns aos corajosos que se mostram felizes tomando sol na laje! Portanto, faça do seu jeito.
Não olhe tanto a vida dos outros... O profissional que você segue mostra os artistas que atende, mas duvido que poste os eventuais processos judiciais que carrega... Trace uma rota e siga com segurança. Podemos ter percalços, a vida muda, os planos e objetivos são alterados, mas que sejam por motivos próprios e não alheios. Garanto que independente do resultado, terá a sensação de dever cumprido.
E para finalizar, faço um contraponto... quando você está acompanhado, mesmo em avenidas movimentadas cheias de gente, é educado, gentil e coerente acompanhar os passos da sua companhia... Que seja assim com a pessoa que você escolheu caminhar ao seu lado por toda a vida...